Algumas crianças desenvolvem um amigo imaginário para surpresa dos pais que muitas vezes ficam confusos quanto ao que fazer a respeito. Mas afinal o amigo imaginário faz bem ou mal para a criança?
Antes de mais nada, o amigo imaginário da criança pode ser algum objeto palpável como um bichinho de pelúcia, uma boneca, um carrinho ou até mesmo um travesseiro.
Mas em outros casos, o amigo imaginário pode ser invisível o que torna o relacionamento dos pais com o personagem um pouco mais difícil.
Tanto que a maioria dos pais não percebem a existência do amigo imaginário na vida da criança quando notam os pequenos conversando com um brinquedo específico ou, simplesmente, porque um dia “esbarram” sem querer no amigo invisível, causando queixas e olhares zangados nos pequenos.
Inegavelmente a primeira reação dos pais é de surpresa, mas depois vem a dúvida: será que isto é saudável ou não? Deve ser estimulado? O que fazer numa hora destas?
A princípio fique calmo pois este comportamento infantil é normal e geralmente saudável em crianças de até 6 anos de idade.
Com efeito o amigo imaginário tem um importante papel no mundo da criança pois ele oferece conforto e amparo emocional para que ela enfrente situações difíceis com as quais ainda não sabe lidar nem explicar, o que a impede de pedir ajuda aos pais.
Por isso a maioria das crianças que desenvolvem um amigo imaginário normalmente passaram por algum trauma.
Por exemplo a perda de um familiar, uma mudança repentina como o divórcio dos pais ou, simplesmente, são solitárias e assim criam conexões emocionais com um amigo de faz de conta para amenizarem a falta de uma companhia real.
Assim os amigos imaginários costumam ter a mesma idade da criança e com os quais elas brincam e conversam de igual para igual e muitas vezes “dividem” a culpa ou a responsabilidade por alguma travessura.
Entretanto se por um lado o amigo imaginário, cuja personalidade é criada pela criança, auxilia no desenvolvimento cognitivo infantil, por outro lado é preciso ficar atento a alguns detalhes importantes.
Quando o amigo imaginário criado pela criança é um adulto, isto pode significar que os pais estão muito ausentes e precisam rever a forma e o tempo em que estão passando juntos.
Além disso é fundamental que, se os pais notarem que o amigo imaginário é a personificação de um adulto, que conversem com a criança e perguntem qual o nome do amigo e o que eles costumam fazer juntos, com o intuito de averiguar se a criança não está sofrendo algum tipo de abuso.
Outro comportamento ligado ao amigo imaginário que deve ser observado é se a criança ao fazer alguma travessura transfere a responsabilidade dos atos, que sabe serem errados, para o amigo de faz de conta.
Isto pode indicar que a criança não sabe ou não consegue assumir a responsabilidade por seus atos. Neste caso os pais precisam conversar com os filhos, explicar o porquê desta atitude não ser correta e, se o comportamento não mudar, procurar ajuda especializada.
Além disso não é saudável que a criança fique muito tempo isolada, preferindo brincar com o amigo imaginário a se relacionar com outras crianças.
Então se isto estiver acontecendo pode ser porque a criança está enfrentando dificuldades em se relacionar ou em se comunicar.
Assim o ideal é que a família estimule a criança levando-a para passear e ter contato com outras crianças presentes em praças ou parques. Porém se as dificuldades persistirem então a ajuda de um psicólogo infantil pode ser necessária.
Acima de tudo o sumiço do amigo imaginário deve ser natural e geralmente ocorre quando a criança inconscientemente alcançou o amadurecimento cognitivo que precisava para enfrentar o mundo real.
Ou seja, quando a criança adquire segurança emocional para enfrentar situações difíceis como por exemplo: o primeiro dia na escola, dormir no quarto sem nenhuma luz de apoio ou que os pais se ausentam para trabalhar, mas que voltam para casa. Desta forma o amigo imaginário desaparece de forma saudável.
Porém é importante que este processo seja gradual, sem cobranças nem castigos dos pais ou cuidadores, pois a criança precisa primeiro fazer conexões reais com pessoas de verdade, do seu convívio, antes de se desconectar do amigo imaginário.
Contudo, se passados muito dos 6 anos de idade e a criança ainda apresentar o amigo imaginário como uma presença intensa, ao ponto de afirmar que o escuta, vê e ainda apresentar isolamento e dificuldades de interação social.
Ou demonstrar comportamentos alterados por paranoia e delírio, os pais devem procurar ajuda médica, dando preferência ao pediatra que irá indicar o melhor especialista para o caso.
Fonte: Mundo do Curioso – Por: Patricia Villela – 14/06/2021 – 22:41h
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